Mapuche
E que no entanto, predomina na historiografia por um longo período que abarca os primeiros contatos com os espanhóis até meados do século XIX.
Os grupos localizados entre os rios Biobío e o Toltén conseguiram resistir com êxito aos conquistadores espanhóis na chamada Guerra de Arauco, uma série de batalhas que durou 300 anos, com largos períodos de trégua. A coroa de Espanha reconheceu a autonomia destes territórios até que, várias décadas depois, foram invadidos pelos estados chileno e argentinos que estabeleceram uma série de "reduções" (Chile) e "reservas (Argentina) onde muitos mapuches foram confinados. As populações mapuches do século XXI são praticamente urbanas, mas mantém vínculos com suas comunidades de origem e subsistem em suas reivindicações por território e reconhecimento de suas especificidades culturais.
Etimologia
Especula-se que o nome araucano proceda da palavra quechua awqa, "inimigo", "selvagem" ou "rebelde", ou de palqu, "silvestre", tendo sido lhes dada pelos incas ou pelos espanhóis. Segundo os cronistas, os incas denominavam à população que habitava o sul do rio Choapa de purumauca. Os espanhóis adotaram a denominação auca para se referir a ela. Da mesma forma, postula-se que, não sendo uma palavra quechua, o termo poderia ser uma derivação da palavra mapuche Ragko ("água ruidosa") castelhanizada, que os conquistadores haviam utilizado para os habitantes de um lugar com este nome e que logo havia se estendido a todos os povos restantes daquela região.
Os mapuches repudiam o uso do nome araucano, uma vez que esta denominação lhes foi outorgada por seus inimigos. A palavra awka foi adotada pelos mapuches com o significado de "indômito", "selvagem o "bravo"e eles próprios posteriormente também utilizaram este mesmo termo em referência aos tehuelches.
Até o século XVIII, também eram chamados de reche (homem verdadeiro).
Origem e migração
Sobre sua presença no território argentino, se sabe com mais certeza que, posteriormente, devido à pressão exercida pelos espanhóis, num largo processo de migração através das passagens das cordilheira dos Andes e de transmissão cultural, entre os séculos XVIII e XIX colonizaram os territórios próximos à cordilheira: o Comahue, grande parte da região pampeana e o norte da Patagônia oriental, terras até então ocupadas por diversos povos não-mapuches. Estes povos foram mapuchizados (e não necessariamente sempre de forma pacífica) os "pehuenches antigos" e as parcialidades setentrionais dos tehuelches.
Localização e Distribuição
No Chile
Segundo o censo do Chile de 2002, existem 604.349 mapuches, aproximadamente uns 4% da população total. Representam os 87,3% da população original, estão localizados principalmente nas zonas rurais da região IX, assim como grupos importantes na região X e região metropolitana de Santiago.Na Argentina
A partir da Pesquisa Complementar dos Povos Indígenas (APCPI – em espanhol ECPI) 2004 – 2005 foi finalizada pelo estado argentino através do Istituto Nacional de Estatística e Censos se calculou quase 105.000 pessoas pertencentes ou descendentes em primeira geração do povo mapuche. A grande maioria os 73% vive nas províncias de Chubut, Neuquén e Rio Negro.Durante a preparação do censo argentino de 2001 alguns representantes do povo mapuche fizeram críticas sobre seu projeto e sua execução por não garantir uma participação adequada dos povos nativos, para criar o estereótipo do "indígena", subestimar a migração mapuche feita nas cidades e apoiar-se em funcionários que não cumpriram com os compromissos jurídicos e políticos. A Comissão Juristas Indígenas na Argentina (CJIA) apresentou um recurso de amparo no que solicitava a postergação do Censo de 2001 argentino, alegando que não havia tido participação nas condições estabelecidas pelo Convenio 169 de OIT e no artigo 75, parágrafo 17, da Constituição Nacional.
A controvérsia chegou a desencadear uma invasão nas instalações do Instituto Nacional de Assuntos Indígenas (INAI), por arte dos representantes dos povos nativos. Ao finalizar o Censo de 2001, em algumas províncias houve participações diretas de cientistas e capacitadores indígenas. Não obstante, muitos negam sua veracidade. Contrariando as cifras do INDEC, uma publicação oficial do governo argentino diz existir 200.000 membros mapuches vivendo em seu território. Outras fontes não oficiais falam em 90.000 e 200.000. A própria comunidade mapuche difere muito do censo realizado por o INDEC e estima-se que a população mapuche na Argentina é de 500.000 pessoas.A figura indica que ascendentes índios mapuches na Argentina é de 4.000.000 Mapuches - 16k – Jornal fonte. A crítica mapuche sobre a metodologia do censo foi similar a que se realizou contra o governo chileno.
Existe uma comunidade mapuche semiaculturada descendente do boroano Ignácio Coliqueo, dentro da província de Buenos Aires no Partido do General Viamante (os toldos) e no partido do Rojas, a 280 e 220 km ao oeste de Buenos Aires respectivamente. E já não praticam rogativa e só alguns falam mapudungun, não obstante, começaram um processo de recuperação de suas raízes mapuches e uma das três escolas primárias da comunidade ensina o idioma mapuche.
A Confraternização Mapuche Neuquina, criada em 1970 agrupa as comunidades rurais mapuches da Província de Neuquén, suas autoridades são eleitas em um “trahun” (parlamento) há cada dois anos.
Particularmente importante é sua presença no Parque Nacional Lanín, onde haviam entre 2.500 a 3.000 mapuches em sete comunidades, em territórios que eles consideram como próprios, (Aigo, Lefimán, Ñorquinko, Cañicul, Raquithue, Curruhuiinca e Cayún) ocupando uns 24.000 ha.
Lista de comunidades rurais mapuches neuquinas existentes em 2003 (via um mapa das Comunidades do Neuquén)
- Departamento Aluminé: Aigo, Currumil, Ñorquinko, Salazar, Puel, Tayiñ Rakizuam (*), Placido Puel (*), Lefiman (*), Catalán.
- Departamento Catán Lil: Cayulef, Rams, Zúñiga, Cayupán, Paineo, Filipin.
- Departamento Collón Curá: Namuncurá, Ancatruz.
- Departamento Confluencia: Ragiñ Ko, Purrán (*), Paynemil, Kaxipayiñ.
- Departamento Huiliches: Chiuquilihuin, Linares, Painefilu, Atreuco, Cañicul, Raquithue.
- Departamento Lácar: Curruhuinca, Cayún, Vera.
- Departamento Loncopué: Millaín, Kilapi, Mellao Morales.
- Departamento Minas: Antiñir Pilquiñan.
- Departamento Ñorquín: Manqui, Maripil (*), Colipilli.
- Departamento Picún Leufú: Marifil
- Departamento Picunches: Cheuquel, Milaqueo.
- Departamento Zapala: Zapata, Gramajo, Kalfucurá, Antipan, Gelay Ko (*), Wiñoy Folil (*), Quinchao.
Na Província de Río Negro, as comunidades mapuches se agrupam na Coordenadora do Parlamento do povo mapuche do Rio Negro, existindo ao final de 2002 as seguintes comunidades rurais e urbanas: Cañumil; Anekon Grande; Cerro Bandera (Quimey Piuke Mapuche); Quiñe Lemu (Los Repollos); Wri Trai; Tripay Antu; Ranquehue; Monguel Mamuell; Pehuenche (Arroyo Los Berros); Makunchao; Centro Mapuche Bariloche; Trenque Tuaiñ; San Antonio; Los Menucos; Putren Tuli Mahuida; Ngpun Kurrha; Peñi Mapu; Cerro Mesa-Anekon Chico; Lof Antual; Wefu Wechu (Cerro Alto); Cañadon Chileno; Lof Painefil; Cai – Viedma; Fiske Menuco; Kume Mapu; Aguada de Guerra; Tekel Mapu; Carri Lafquen Chico Maquinchao; Laguna Blanca; Rio Chico; Yuquiche; Sierra Colorada.
Gracias a la vida
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