Os ventos
I. Carpinteiro-da-praia: vento que vem do mar, zunindo pelo litoral; segundo alendas indígenas, é um vento brincalhão que produz as grandes quantidades de areia chamadas de ‘cômoros’ pelos habitantes da região Sul.
II. Siriri: também conhecido como Nordestão, este vento sopra do nordeste em direção ao interior do continente, transformando o pampa em areal.
III. Minuano: vento forte e cortante que sopra do oeste para o leste, depois das chuvas de inverno; este vento, que vem do Oceano Pacífico e ultrapassa a cordilheira, de onde absorve o frio seco que traz consigo, sopra por três dias seguidos, assobiando pelo pampa afora e purificando a atmosfera.
IV. Calmaria: grande calor sem viração, sem ventos; período em que há ausência ou cessação de vento, chamado de ‘mormaço’ pelos gaúchos.
V. Îvîturoí: vento que vem do leste, impiedoso, pestilento e devastador; segundo lendas guaranis, esse vento foi criado por Tupã (deus do trovão e dos ventos) para acalmar os ânimos quando há desavenças e foi soprado pelo deus para frear as primeiras entradas dos Bandeirantes nos Sete Povos das Missões.
VI. Pampeiro: vento que vem do sudoeste, dos Andes e da Patagônia, e se move na direção norte; vem carregado de geada, traz consigo a chuva e o frio que gelam o pampa ao longo do inverno e produz tempestades com raios e trovões, chamados de ‘temporal’ pelos nativos.
VII. Vento Norte: vento que sopra do norte e traz a temperatura abafada com uma neblina quente e úmida; no populário gaúcho, é considerado como um vento de mau agouro, que semeia a desavença e o assassínio.
VIII. Ívêtu-Yepîvu: nome dado pelos indígenas ao conjunto de ventos vindos de vários pontos cardeais, que se transformam em redemoinhos e provocam uma espécie de tufão devastador que derruba as casas e rompe os telhados.
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